Poucas foram as empresas de tecnologia que mantiveram intacto o quadro de funcionários durante 2022. Segundo o site Layoffs.fyi, a soma atingiu 159 mil contratos rompidos no setor. Já em 2023, até o momento, mais de 68 mil trabalhadores perderam seus postos. Lucros não atingidos e expectativas frustradas são algumas das justificativas das bigs techs para o layoff de seus funcionários.
No início da pandemia, devido ao aumento significativo da demanda, houve um boom de contratações nas empresas de tecnologia. Com isso, muitas companhias precisaram se digitalizar de forma rápida para, além de manter a posição no mercado, acompanhar a alta do digital. Enquanto o mercado crescia exponencialmente, os custos eram justificáveis. No entanto, crescimento sem planejamento não se sustenta por muito tempo.
Agora, com o controle da Covid-19, o mundo enfrenta um período de recessão econômica pós-pandemia, crise energética e a incerteza do fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Investidores, neste cenário instável, preferem aplicar capital em negócios com baixo risco e retorno rápido. Com isso, as Big Techs precisaram encontrar um jeito de autossustentação. Em primeiro plano, a demissão de uma parte do quadro de funcionários, já que este representa uma significativa parcela na tabela de despesas.
O problema não é somente a falta de dinheiro ou a alta nos juros — em 2022, os juros norte-americanos, por exemplo, avançaram significativamente, de zero para 4,25%. Em 2023, uma análise otimista projeta 0,5 ponto percentual, e há quem espere um patamar de 5% ao ano, cenário desconhecido pelos EUA desde 2007 —, mas também a mudança de foco, que, agora, é na área de estratégia, setor que inclusive estará contratando neste momento, mas sem excessos.
As empresas buscarão cada vez mais otimizar seus processos em busca de eficiência. Desta maneira, tecnologias que atuam diretamente entregando estes resultados serão alvo de investimento no setor.
